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Desmonte de agência da ONU para refugiados palestinos sacrificaria geração de crianças, diz diretor

Desmonte de agência da ONU para refugiados palestinos sacrificaria geração de crianças, diz diretor

A ONU demitiu os funcionários apontados por Israel e abriu uma investigação interna

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A ONU demitiu os funcionários apontados por Israel  - Foto: Angela Weiss/AFP

Por AFP

O desmantelamento da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) sacrificaria uma geração de crianças, alertou, nesta segunda-feira (4), seu diretor, Philippe Lazzarini, em meio a uma disputa cada vez mais acirrada entre a ONU Israel por causa do conflito em Gaza.

"Desmantelar a UNRWA é uma visão míope. Se o fizermos, sacrificaremos toda uma geração de crianças, espalhando as sementes do ódio e ressentimento", afirmou na Assembleia Geral da ONU Lazzarini, que considerou “ingênuo” acreditar que o desaparecimento da agência pode acontecer sem ameaçar a paz e a segurança mundiais.

Em um momento de tensão crescente entre Israel e a ONU, Lazzarini denunciou o que chamou de "campanha orquestrada para minar" as operações da UNRWA, com o objetivo final de acabar com a mesma.

“Parte dessa campanha inclui encher os doadores de desinformação destinada a alimentar a desconfiança e manchar a reputação da agência.”

A UNRWA está no centro das atenções desde janeiro, quando Israel acusou 12 de seus funcionários de envolvimento no atentado de outubro do Hamas.

A ONU demitiu os funcionários apontados por Israel e abriu uma investigação interna.

O secretário-geral da organização, António Guterres, contratou um grupo independente para avaliar a agência e a sua neutralidade. Ainda assim, 15 países suspenderam suas contribuições à agência, já cronicamente subfinanciada.

As acusações não estão confirmadas, ressaltou Lazzarini, que indicou que Israel não compartilhou provas das acusações contra os 12 funcionários em questão.

“Permitam-me dizer o que está em jogo caso não sejam tomadas medidas significativas para corrigir esse rumo catastrófico. A curto prazo, a resposta humanitária em Gaza entrará em colapso total”, advertiu.

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