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Burocracia leva um terço das micro e pequenas indústrias à informalidade

Burocracia leva um terço das micro e pequenas indústrias à informalidade

Pesquisa SIMPI/Datafolha aponta que 28% das empresas da categoria operam sem possuir conta bancária de Pessoa Jurídica

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Porto Velho, RO - A complexidade burocrática no Brasil tem contribuído para a informalidade de um terço das micro e pequenas indústrias, de acordo com uma recente pesquisa conduzida pelo SIMPI em parceria com o Datafolha. O levantamento revela que 28% dessas empresas operam sem conta bancária de Pessoa Jurídica, com prevalência ainda maior entre as microindústrias, onde o índice chega a 33%.

De acordo com a 12ª rodada do Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizada em março, essas empresas possuem registro nacional (CNPJ), mas não têm acesso a serviços bancários essenciais.

A dificuldade em abrir uma conta jurídica se mantém como uma barreira significativa, impulsionando muitas dessas empresas para a informalidade, como aponta Joseph Couri, presidente do SIMPI. Ele afirma que a falta de bancarização reflete os desafios que pequenos negócios enfrentam no cenário econômico atual, impactando negativamente sua operacionalidade e expondo-os a riscos legais.

Couri destaca a importância das contas bancárias de pessoa jurídica para simplificar processos e obter benefícios como taxas de manutenção ajustadas às necessidades das empresas, o que pode ajudar a reduzir custos operacionais.

A pesquisa também indica desequilíbrios regionais e adaptabilidade financeira. Em São Paulo, 33% das micro e pequenas indústrias estão desbancarizadas. Ademais, 87% das empresas sem conta jurídica utilizam contas pessoais para transações financeiras, demonstrando uma alternativa criativa, porém precária, para lidar com restrições financeiras. Além disso, 25% das empresas com contas bancárias carecem de acesso a crédito para capital de giro.

A eficiência na gestão financeira, facilitada por contas jurídicas, permite aos empreendedores gerir melhor seus fluxos de caixa e documentação financeira, fundamental para a saúde financeira dos negócios. Couri menciona que além dos desafios operacionais, a desbancarização sugere a necessidade de revisão das políticas tributárias e de crédito para fortalecer o setor.

Sobre a receita, a maioria das empresas desbancarizadas fatura até R$ 15 mil mensais. A distribuição geográfica mostra que 49% estão no Sudeste, e 54% no interior, revelando que a desbancarização afeta tanto áreas urbanas quanto rurais.

A pesquisa também revelou que empresas desbancarizadas têm 72% mais chances de fechar em breve comparado às bancarizadas. Isso enfatiza a urgência de políticas que melhorem o acesso ao sistema bancário formal, uma mudança que, segundo Couri, pode reforçar o mercado interno e preservar a formalidade empresarial.

A pesquisa foi realizada entre 12 e 28 de março de 2023, com 715 entrevistas. Para mais informações, a equipe de Assessoria de Imprensa do SIMPI está disponível para consultas.

 

Fonte: Carta Capital

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