Cesta de produtos e serviços do Dia dos Namorados tem alta de 1,16% em 12 meses
Todos os itens analisados mostraram alta nos preços, sendo academia de ginástica (5,18%), cinema (4,68%), hotel/motel (4,52%) e salão de beleza (4,46%) com o maior aumento
Por Estadão Conteúdo
Os preços dos produtos e serviços mais procurados para o Dia dos Namorados subiram, em média, 1,16% em 12 meses, segundo leitura da Fundação Getulio Vargas (FGV). A variação registrada representa, aproximadamente, pouco mais de um terço da inflação geral apurada em igual período (3,28%). Os dados são de um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, com base em 25 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S).
Na abertura do estudo, o destaque fica para a inflação de serviços, que subiu 4,14%. Todos os itens analisados mostraram alta nos preços, sendo academia de ginástica (5,18%), cinema (4,68%), hotel/motel (4,52%) e salão de beleza (4,46%) com o maior aumento.
Segundo o economista da FGV Matheus Dias, o cenário é causado pela rigidez dos custos do setor de serviços e pela atual dinâmica da atividade econômica. O especialista lembra que em 2023 o rendimento médio real cresceu 7,5%, atingindo R$ 2.846, enquanto o PIB aumentou 2,9%. "Em conjunto, esses fatores explicam o processo de pressão nos preços de serviços de lazer, hospedagem e cuidados pessoais", afirma.
Na contramão, os preços de produtos tiveram queda de 1,31%. Da cesta considerada pelo estudo, 7 de 18 itens apresentaram recuo no preço, com sabonete (-7,25%), aparelho telefônico celular (-4,38%) e computador e periféricos (-4,06%) os mais representativos, puxando o índice para um nível negativo.
Nesse caso, o ambiente é explicado, principalmente, pelo ciclo de aperto monetário iniciado em agosto de 2022, analisa Dias. "O aumento da taxa Selic, combinado com a alta da inflação, leva o consumidor a ser mais cauteloso em suas compras. Prioriza-se itens essenciais, enquanto a aquisição de itens como celulares e computadores é adiada", diz. Ele também lembra que os setores de bens duráveis e semiduráveis apresentam desaceleração desde o início de 2023.